quarta-feira, 2 de junho de 2010

Era uma vez uma avaliação...



Segunda infância e a Educação Física



Características

Para GALLAHUE (2005) o período da segunda infância ou também conhecida como simplesmente infância é entre 02 a 10 anos de idade, segundo a idade cronológica, (de 02 a 03 anos é um período de aprendizagem; de 03 05 anos é a infância precoce e 06 a 10 anos é a infância intermediaria / avançada), porém essa não é a única forma de avaliá-los, pois existem outros pontos de vista, como por exemplo, o COLE (2004) a 2ª infância inicia a partir do 06 anos e vão até os 10 anos.
Esse é um período de ajustes no corpo, pois acabou de sair do período da primeira infância onde o seu crescimento foi de forma acelerada, agora esse momento é um crescimento constate, porém mais lento e contínuo, é um período que também a perda do tecido adiposo, onde começa a aparência magra, perdendo aspectos físico de um bebê e já ganhado uma característica mais de criança, a região peitoral fica maior devido ao crescimento do pulmão e do coração e o estomago diminui. Os meninos têm mais massa muscular que as meninas e são mais altos até os 10 anos.
Nessa fase é muito importante ter um acompanhamento médico, por exemplo, no caso da Tireoide, seu excesso ou ausência pode prejudicar no nível de desenvolvimento e crescimento da criança.

O córtex cerebral com 03 anos já esta 75% do peso adulto e somente com 04 anos que sua formação está completa, e esse crescimento por volta de 6 a 8 anos impacta diretamente no desenvolvimento motor da criança e cognitivo, pois essa região do cérebro que é responsável pelo desenvolvimento motor.

Esse desenvolvimento motor é dividido em várias fases, mais especificamente na segunda infância ela transita entre as Fases: movimento fundamental e movimentos especializados.
Fase do movimento fundamental


"(...) período no qual as crianças pequenas estão ativamente envolvidas nas explorações e na experimentação das atividades motoras de seus corpos”.(GALLAHUE, 2005 p. 59)

São movimentos básicos como correr, pular arremessa, segurar, andar de forma equilibrada...



Essa fase está divida em estágios:

Estagio Inicial (02 anos) - primeiras tentativas das habilidades fundamentais, movimentos com formas limitadas e sem ritmo;

Estágio Elementar (03 a 04 anos) - movimentos com melhor controle com coordenação rítmica, noção para sincronizar tempo e espaço, mas ainda não é preciso, ou é um movimento pequeno ou exagerado;

Estágio Maduro (05 a 06 anos) - os movimentos fundamentais estão mais maduros, eficientes controlados.



Fase de movimentos especializados


"(...) as habilidades estabilizadoras, locomotoras e manipulativas fundamentais são progressivamente refinadas, combinadas e elaboradas para o uso em situações crescentes exigentes". (GALLAHUE, 2005 p. 61).

Essa fase está divida em estágios:


Estágio transitório (07 a 08 anos) - movimentos combinados com mais precisão e controle maior.


Estágio de aplicação (aproximadamente 11 as 13) - O estágio cognitivo é de forma sofisticada e já tem vivências anterior.


Se BEE (2003) afirma que “(...) todo o desenvolvimento é produto de várias formas de interação entre influências internas e externas”. A pratica de atividades físicas se torna algo fundamental para o seu desenvolvimento como um todo para criança, pois conforme apresentei anteriormente a cada fase é acumulado experiências onde facilita o próximo passo e sempre aprimorando cada vez mais.

Esse processo de desenvolvimento já está pré-determinado no ser humano, mas é necessário também ter a intervenção do adulto para estimular a praticar essas habilidades, pois conforme é citado por SCHIMIDT (2001) uma habilidade é adquirida e aprimorada através da pratica onde quanto mais é repetido, melhor o resultado.
Com o desenvolvimento a criança se torna mais forte, mais ágeis o equilíbrio ,melhora, correm mais rápido, jogam bola, aprendem a andar de bicicleta, skate, nadar...

Nessa fase as crianças gostam muito de brincar, isso é o tempo todo, é somente interrompido quando estão fazendo alguma necessidade fisiológica ou quando é imposto alguma coisa por uma pessoa com mais idade a mais que represente autoridade para ela.
Com essa informação é mais um ponto positivo para educação física, pois temos que fazer atividades para serem executadas para estimular o desenvolvimento e se essa atividade for de forma lúdica será muito bem aceitas pelas crianças, pois já faz parte de sua rotina.

Para PIAGET (1982) a segunda infância é a fase do pensamento concreto, neste caso não adianta passar uma atividade que trabalhe a imaginação através de sentimento, tem que ser algo tangível. Elas já começam a pensar ações e imaginá-las antes de exultá-las onde é possível pensar por dias lados da mesma situação e esse pensamento é de forma organizada e tem uma lógica. A atividade tem ser simbólica e algo para ele resolver, pois assim estimular aprender algo novo.

Para Erick Erickson a segunda infância está na fase entre “Produtividade Vs. Inferioridade” é a fase onde fica a maior parte do tempo da escola então ela terá que começar a produzir, o apoio do adulto é fundamental para formação da personalidade de criança, que neste caso o ideal é reconhecer e incentivar a cada vez mais produzir, sempre de maneira muito positiva, mas quando o adulto não dá importância, não presta atenção, ou até mesmo faz pouco caso, isso faz que a criança torne inferior perante a outras, consequentemente ficara ansiosa, tímida com baixa auto-estima...

Resumindo, isso vai impactar negativamente em sua personalidade que está sendo formada.

Então neste caso é interessante fazer atividades que todos se integrem e participem, pois essa é uma fase muito propensa à pessoa desenvolver sentimentos de inferioridade, devido à exclusão nos grupos, então essa atividade tem que ressaltar que todos têm a mesma possibilidade e chances.

A atividade não pode ter excesso de demonstração, pois assim não vamos limitar a imaginação do aluno conforme MATTOS & NEIRA (1999) citado por GIMENEZ & UGINOWITSCH e neste mesmo artigo é afirmado que nesta fase tem que ser atividade com regras, pois isso irá estimulá-las.
Gostam muito de regras, então suas brincadeiras na maioria das vezes é através de jogos com regras e essas mesmas têm que ser respeitas e combinadas antes de iniciar o jogo. Geralmente após iniciar o jogo as regras até os 09 anos são inflexíveis, ou seja, não pode haver mudanças, pois quem a quebra é considerada como “roubo”. Como é um jogo que contem regras o objetivo sempre é uma competição e vencer, o que indica que o egocentrismo já está deixando sobre a sua personalidade. Essas brincadeiras duram até haver motivação, ou seja, pode dura por varias horas seguida, o que é interessante, pois indicam já estão começando a conviver com os outros a ponto de equilibrar os seus desejos imediatos para ter uma boa convivência e que já está respeitando as regras.
Segundo o artigo “Iniciação esportiva para a segunda infância” Infelizmente hoje é casa vez mais comum os pais colocarem os filhos para aprender uma atividade física, pensando que irá fazer o bem para criança.Porém o seu maior erro é colocá-los a um local que ensine uma pratica esportiva, pois o exercício físico é sistemático, tirando o senso de criatividade da infância, porque já tem um professor líder ditando todas as regras e tudo que é imposto não são prazerosas, então as crianças vai chegar ao ponto de encarar aquilo como uma obrigação e ter o lúdico e deixar de desenvolver uma parte importante em seu processo, conforme observei no vídeo “a invenção da infância”. A criança precisa do movimento livre para se desenvolver as habilidades motoras, sua forma de socialização com o próximo.
A educação física ideal para essa faixa etária é aquela que é caracterizado como Educação-conteúdo, ou seja, aquele que respeita a característica de cada pessoa, as sua limitações, uma atividade flexível a adaptações e sempre com uma situação problema a resolver

Uma proposta de atividade física para essa faixa etária de acordo com que estou aprendendo neste semestre...
A idéia central é fazer uma composição coreográfica contemporânea baseada nos elementos da natureza e trabalhar sua corporeidade, pluraridade cultural juntamente com o surrealismo.


Para isso vou montar um plano de aula dividido em bloco de construção durante 3 dias alternados de aula para chegar ao produto final baseado um uma aula construtivista segundo a visão de João Batista Freire.
"(...) falar em corporeidade é falar do existente do ser que interage no e com o mundo, consigo mesmo e com os outros. E optar por concretizar os pensamentos ou mais precisamente, corporifica ser pensante". (MOREIRA, 1998 p. 143)



 
1º dia de aula

- 1º momento: Fazer um circulo na sala, para que todos possam ter uma visão do outro e conversar com a turma de aprendizes e perguntado o que acontece no verão e no inverno, como fica o tempo, o que eles gostam de fazer... E sempre vou anotando os pontos interessantes da conversa e vou estimulando a todos responderem.

Meu objetivo é conhecer a turma e juntar informação para o próximo passo da aula.
- 2º momento: Disponibilizar revista e tesouras sem pontas para que os mesmo façam recortes de imagens que significam sobre o verão e o inverno, ou seja, tudo que foi conversado em aula. Ao final da aula todos vão me entregar os recordes onde irei guardá-los até a próxima aula.


2º dia de aula

- 1º momento: Será comentado rapidamente sobre a aula passada com base nas minhas anotações e em seguida vou apresentar uma cartolina e explicar sobre o painel verão e inverno. Vou entregar os recortes misturados para separarem o que sobre o inverno e o verão e vou disponibilizar tubos de colas para que possam fazer a colagem, para que possa ser exposto na sala. O objetivo é para que eles possam ter maior clareza do que eles mesmos acham sobre o assunto e também para trabalhar a memória, pois muitos vão tentar procurar as figuras que recortou na aula anterior,

- 2º momento: Vou perguntar com base nas figuras como faz a chuva o vento, o mar..., ou sejam para ele representarem o que acabaram de fazer. Meu objetivo neste momento é começar a estimular possibilidades de movimentos.

- 3º momento: Vou separar pequenos grupos de 4 pessoas para eles elaborar uma pequena coreografia de em média 2 minutos sobre o painel. A regra é que tenham elementos da natureza e não terá música, ou seja, vou estimulá-los a cantar e usar sons do corpo. O objetivo é a traço de experiências e a criatividade.

Neste último momento vou filmá-los para que eu possa observar os passos que eles elaboraram.



3º dia de aula

- 1º momento: O painel será novamente abordado, mas agora trarei música instrumental e uma pequena coreografia de dança contemporânea baseado nos passos que eles apresentaram na aula anterior, pois assim vou respeitar a limitação de cada um, vou valorizar o que eles criaram, e todos participaram na construção dessa aula, inclusive eu no momento que trouxe materiais, estimulei nas conversas.

- 2º momento: Farei novamente um circulo na sala com todos sentados no chão para que seja levantada uma discussão sobre o que foi feito durante as aulas e o que entendeu da proposta e se teve alguma dificuldade ou não durante o processo.


 
Objetivos sobre a metodologia de ensino

A principio a atividade vai trabalhar dentro do processo de informaçã cognitiva para que a aprtir do 2º dia de aula seja trabalhado para encaminhar o processo de de assimilação devido as mimicas, recortes... Segundo a escala de FITTS e POSNER, 1967 cidato por SCHIMIDT, 2001.
A pratica sera de forma randômica, pois serão diversas atividades e movimentos sem repetindo o mesmo movimentos.

A metodologia será atraves de demosntração visual, ou seja, recortes de revistas, painel, demostração de mimicas dos outros colegas da mesma turma.



Referências

BEE, Helen A criança em desenvolvimento. 9ª ed. Porto Alegre: Artemed, 2003. 612p.

GALLAHEU, David L. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3ªed. São Paulo: Prhorte, 2005. 585p.

SCHMIDT, Richard A. Aprendizagem e perfornance motora: uma abordagem da aprendizagembaseda no problema. 2ª ed. Porto Alegre: Artemed Editotra, 2001
ERIKSON, Erik H. Infância e sociedade. 2ªed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 404p.

RODRIGUES, Maria. Manual teórico-pratico de educação física infantil. 5ª ed. São Paulo: Ícone Editora, 1989.

COLE, Michael. O desenvolvimento da criança e do adolescente. 4ªed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 800 p.
GIMENEZ, Roberto & URINOWITSCH, Herbet. Iniciação esportiva para a segunda infância. ConSCIENTIAE SAÚDE. Rev. Cient., UNINOVE - São Paulo. V. 1 : 53-60

http://portal.uninove.br/marketing/cope/pdfs_revistas/conscientiae_saude/csaude_v1/cnsv1_robertohebert.pdf

e no site: Portas Curtas Petrobras

A invenção da infância http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=672





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