quinta-feira, 3 de junho de 2010

Aprendizagem


Sou uma pessoa um pouco reservada, e pensei dez vezes antes de postar esse vídeo, mas achei necessário para nesse momento compartilhar as informações que vivênciei nessa situação e como foi muito valida essa experiência neste momento da minha vida acadêmica.

Um novo olhar... Dança do ventre

Esse é o meu vídeo apresentado uma dança que amo demais e que não tenho palavras certas para definir o meu sentimento, então encontrei uma citação que achei muito interessante nesse momento.

Dançar é...

“(...) expressar sentimentos e sensações pelos ou nos gestos corporais, dar vida e significado aos movimentos; criar possibilidades diversas de movimentar o corpo harmoniosamente, com ou sem o acompanhamento de algum som ou música; participar, interpretar, transmitir, sentir e celebrar algo através das variadas ações corporais” (PORTO, 2005 citado por TOLOCKA, 2006).

Nossa hoje eu tive uma sensação única!

Conforme a metodologia de ensino “ensino para compreensão”, que é promover uma perturbação para haver a aprendizagem, é realmente isso aconteceu comigo conforme citado no artigo Compreensão existencial: uma abordagem pedagógica de promoção da vida.

Durante a aula da disciplina dança onde era discutido sobre artigos cientifico sobre dança. A professora propôs que fosse apresentada na próxima semana alguma atividade que cada um soubesse para apresentar e trocar experiências entre nós alunos.

“A metodologia da compreensão existencial se insere no contexto da reflexão pedagógica e propõe aos profissionais da educação parâmetros para o desenvolvimento de uma consciência situada, em que a visão de totalidade indivisa se revele pelo permanente processo de integração das três instâncias que compõem o ecossistema mental: o conhecimento, a sensibilidade e a ação. Propõe ao educador a construção de uma sólida base compreensiva existencial, que dará significação aos seus saberes e fazeres no cenário em que atua. A internalização do 'estado de recepção' constitui, assim, necessidade básica para o fortalecimento de uma postura pedagógica que busque a essência da relação saudável entre os sujeitos, por meio da relação dialógica no desvelamento do fenômeno vital” (Lima, M. A. F., CATRIB, A. M. F., VIEIRA, L. J. E. de S. ‘Compreensão existencial: uma abordagem pedagógica de promoção da vida’ , 2004.) 
Já havia comentado anteriormente que já tinha praticado a dança do ventre por 04 anos consecutivos, com isso foi proposto para que eu também participasse dessas apresentações, mas tinha um detalhe muito importante... Eu já não dançava por volta de 05 anos, ou seja, há muito tempo mesmo! E um outro fator contribuiu com a situação, sempre fui um pouco tímida para apresentações, pois quando dançava era para aprende a arte e as vezes que me apresentei foi em grupo e com isso a atenção era para todas do grupo as 06 meninas o que me passava uma sensação de “conforto”; e as coreografias eram criadas por todas, estilo educação física na visão construtivista, ou seja quando é estimulado a trazer algo que já conheça conforme o livro Educação Física de corpo inteiro do João Batista Freire.

Bom já não adiantava mais ficar pensando no meu medo; agora o momento de pensar com uma futura professora de educação física que tem que expor seus conhecimentos aos alunos e que não pode ser tímida e sim segura com as atitudes e palavras para passar a confiança e credibilidade para seus aprendizes.

Chegou o momento de colocar em ação tudo o que aprendi até esse momento nesse semestre.

O primeiro passo foi identificar em qual estágio da aprendizagem eu estava, através de uma reflexão e leitura no livro (SCHIMIDT, 2005) e cheguei à conclusão que estou no estágio associativo, pois já havia passado pelo processo cognitivo, através da aprendizagem que tive na academia conforme a citação a seguir.

A metodologia que a instrutora utilizava era em blocos, pois durante dias ficava repetindo os mesmo passos, isso fez com que fosse trabalhado a minha memória de longo prazo, pois fiz a retenção das informações e neste momento precisei relembrar e colocar em pratica os movimentos.

Neste momento trabalhei os meus sistemas sensoriais como o auditivo e o visual. Procurei ouvir a musica e começar a perceber a suas pulsações e após calcular o tempo, ou seja, a métrica do ritmo para saber a precisão dos meus passos, usei a técnica que aprendi nesse semestre que é a contagem da música separando em compassos, e descobri que a música era separa em quaternário, ou seja, a contagem de 04 tempos o que facilitou muito no processo de criação e me trouxe segurança e descontração, também trabalhei o meu sistema visual, pois assisti muitas apresentações na Internet com ótimas bailarinas após passar por esse processo eu comecei a tentativas de danças e vi a minha dificuldade, pois já não tinha a habilidade de antes devido à ausência de treino, que neste caso os movimentos com precisão e no mínimo de energia.

Usei os estágios de processamento de informação, que é identificar o estímulo, selecionar a resposta e programá-la para então executar (SCHIMIDT, 2005). O que no meu caso a identificação foi através dos estímulo dos sistemas externoceptores que através da música e dos vídeos que foi encaminhado ao sistema nervoso central que selecionou a resposta onde identificou o estímulos e que enviou a programação da sua resposta que foi feito através do sistema sensorial cinestésio que é interoceptores ou seja, o ritmo é trabalhado quando existe esse processo que é reconhecer o estimulo e ser programa a resposta nos músculos segundo é apresentado por ARTAXO (2003). oi como reaprender, foi uma transferência de aprendizagem positiva, todas as técnicas de aprendizagem que tive nesse semestre para essa dança. 

Lembra que sobre criação de uma coreografia? Pois é no dia da apresentação estava tão tímida e insegura com relação à dança e até meso com a super exposição do meu corpo perante a turma toda da sala e o pior... Dançar sozinha! É... Não dancei a coreografia que havia planejado, naquele momento o nervosismo tomou conta e o sistema parassimpático prevaleceu e esqueci a sequência exata, o que pode ser tanto devido ao pouco tempo para ensaio o que fez que eu guardasse a coreografia na memória de curto prazo.

Mas como fiz todo aquele processo para conhecer a métrica da música com todas as sua pausas, acentuações, melodia... Não foi tão complicado improvisar, então trabalhei muito o tempo de reação (TR), que é o intervalo de quando começa o estímulo (música) e quando termina no movimento quando já iniciado, ele teve que ser muito ser muito rápido para lembrar algum movimento que correspondesse de forma coerente com a percussão da música.

Naquele momento trabalhei muita a visão ambiental para calcular o espaço que iria ocupar e tentar trabalhar o mais homogêneo possível e controlar o movimento que estava sendo executado, isso sempre de acordo com o tempo que a música me permitia, tentei trabalhar o peso na dança com leveza ou seja, de resistência fraca a gravidade, é um estilo pessoal, pois sempre gostei de dançar de forma sutil, embora admirar muito quem dança com impacto de forma mais “sequinha” que é um trabalho com passos mais forte e firme, em poucos isso aconteceu na minha apresentação. A dança é feita de vários passos diferenciados e seqüenciais e foi o que fiz, por isso teve a fluência que neste caso é segundo LABAN (1978).

Eu trabalhei o meu ritmo individual, ou seja, o meu estilo próprio e esse ritmo que adquiri me deu segurança na apresentação, para quem não conhece a dança achou que eu dancei muito bem, devido ao meu estilo pessoal, mas sei que preciso melhorar muito e recuperar toda a técnica que tinha antigamente e recuperar a minha habilidade.

Agora que estou estudando educação física sei que posso voltar a praticar e dar aula, ou seja, aliar teórico e fundamentação que tenho nas aulas e na pratica nas aulas de dança.

O curso me possibilitou a fazer algo que não fazia há muito tempo e a reacender uma grande paixão me lembro que era a educação física que queria como profissão, pois me lembro que por diversas vezes a instrutora pedia a substituí-la quando precisava se ausentar das aulas. E eu fazia ensinava com maior prazer, amava passar o meu conhecimento adquirido foi até mesmo o meu primeiro contato como “professora”.

Foi até um tema de debate em sala sobre esse tema... Quem deve dar aula de dança qual o profissional? Eu li os artigos “Dança e Educação Física no Brasil: questões polêmicas (Maria Lolatto Pereira e Dagmar Aparecidada Cynthia França Hunger)” e “Dançando na escola (Isabel Marques)”. Onde a minha conclusão foi que a dança pode ser ensinada por qualquer pessoa devido a nossa pluralidade que tem em nosso país referente à dança, porém o professor da educação física tem o conhecimento do corpo humano como um todo, ou seja, a qualidade de ensino será muito melhor e com qualidade.

Além disso, também estudei sobre a linguagem de dança moderna e contemporânea e na dança do ventre tem muito a falar dessas 02 variações, mas para falar a verdade nunca sabia a real diferença, a sua essência, somente observava que as apresentações contemporâneas trabalhavam o lado teatral, e que seus passos eram diferentes do que de costume, e hoje sei que a dança contemporânea é uma dança que todos podem dançar, pois não tem regras estabelecidas, conforme citado no artigo “O balé clássico e a dança contemporânea na formação humana: caminhos para emancipação”.

O artista ganha uma maior liberdade de expressão, deixando de estar preso a esta ou àquela técnica, e o apreciador encontra uma abertura para participar, criar, e até mesmo exteriorizar suas interpretações e sensações
Mas conforme conseguir identificar a dança que foi realizada a dança moderna, pois é uma dança que conta uma tradição, trabalha movimentos com a estética e movimentos técnicos conforme informação no site Info Escola “(...) uma estética de movimentos baseada nas ações cotidianas do homem contemporâneo, considerando seu histórico sociocultural e afetivo”.

Por fim hoje eu vivo um outro contexto, antes era somente uma aprendiz que somente agia como uma espectadora, hoje sou uma universitária no curso especifico da educação física no 3º semestre e até o momento adquiri conhecimento para ter um novo olhar sobre a dança, e sei que ainda vou conhecer muito mais.

“(...) composta os movimento de resistência e de contra-movimento; cada um destes é diferente em estado de espírito, e em significado, não se referindo ambos nem à direção, nem à velocidade, nem à força”.
"Dependendo de uma variedade de fatores, tais como as capacidades adquiridas, motivação experiência e a dificuldade da tarefa, as pessoas, eventualmente, atingem um estagio de aprendizagem em que a performance torna-se mais precisa e consistente. Neste ponto, eles têm uma boa idéia do padrão geral dos movimentos, iniciando, agora, o processo de refinamento, modificação e adaptação daquele padrão para alcançar as demandas ambientais especificas”. (SCHIMIDT, 2005 pág. 26).


Referências

Lima, M. A. F., CATRIB, A. M. F., VIEIRA, L. J. E. de S. ‘Compreensão existencial: uma abordagem pedagógica de promoção da vida’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, vol. 11(2): 297-319, maio-ago. 2004. Clique aqui  

LABAN, Rudolf. Domínio do movimento. 3ªed. São Paulo: Summus, 1978.

ARTAXO, Inês Ritmo e movimento. Guarulhos – SP: Phorte Editora, 2003. 

SCHIMIDT, Richard A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada em problema - 2º ed. Porto Alegre: Artmed editora, 2001. 


ASSUMPÇÃO, Andréa Cristhian Rufino O balé clássico e a dança contemporânea na formação humana: caminhos para emancipação. Pensar a Prática 6: 1-19, Jul./Jun. 2002-2003 9

Site Info Escola: Navegando e Aprendendo

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